terça-feira, 12 de agosto de 2025

ECONOMIA & NEGÓCIOS

 Extorsão

Não será surpresa se o comando da Conferência Mundial do Clima (COP-30), estressado com os valores dos aluguéis da cidade que sediará, Belém, em novembro (há casos de R$ 1 milhão por uma casa normal), por 11 dias, transferir alguns eventos para outras cidades, como Florianópolis, São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador, dentre outras. A ganância está expondo ao mundo que, vergonhosamente, o Brasil é um lugar sem lei.

Escolas Sesi

A Federação das Indústrias (Fiesc) inaugurou a Escola Sesi de Referência em Lages, a quarta entregue nos últimos dois anos. Foram investidos R$ 48,6 milhões. O modelo tem foco na integração entre ensino e formação profissional, com suporte de laboratórios de alta tecnologia, espaços de inovação e afins.

Proteção patrimonial

Muitos brasileiros estão retomando o hábito de comprar terrenos como forma de proteção patrimonial e rentabilidade. Dados da última pesquisa de intenção de compra da Brain Inteligência Estratégica mostram que 63% dos compradores preferem casas em ruas, modelo que, na maioria das vezes, começa com a compra do terreno. Prova desse movimento é o sucesso do maior bairro-cidade do Sul do Brasil, o Flores de Sal, localizado em Tijucas. O empreendimento registrou 100% de adesão nas propostas da sua primeira fase com 623 lotes e já teve valorização de 68% em um ano, com projeção de atingir 150% em dois anos.

Sobram vagas

Com o rápido envelhecimento da população, a demanda por vagas em escolas municipais já não é um problema em muitas cidades. Estudo de âmbito nacional da Fundação Getúlio Vargas apontou que em mais de 60% delas o tamanho da turma nas escolas municipais já está abaixo da média da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, 21 por sala. Num recorte com cidades de mais de 200 mil habitantes, Blumenau se destaca. Em 100% da sua rede municipal, as turmas tem menos de 15 alunos, em média. Tem atualmente 27,4 mil vagas no ensino fundamental, com 22,8 mil estudantes matriculados. Assim, sobram 4.500 vagas.

Mercado esgotado

Há um absoluto desajuste no mercado da advocacia. A cada seis meses, estão sendo jogados no já esgotado mercado, milhares de novos advogados e estes, de forma absolutamente legítima, na expectativa de mantença e até mesmo da dignidade pessoal, é mais apenas resultados de um desajuste vai em busca do ajuizamento de mais processos. Dessa forma, o litígio hoje já não é mais apenas resultado de um desajuste nas relações sociais, a sim algo provocado, buscado, fomentado. O processo passa a ser um produto de mercado. O Judiciário não pode ser a primeira, única a mais rentável forma de solução de conflitos. Sua utilização deve ser por exceção e não por regra, desde que comprovadas a necessidade e a razoabilidade do emprego da custosa máquina judiciária. Magistrados e advogados não podem ignorar essa realidade, de que tudo deva virar processo, sem que ao menos haja uma tentativa da composição prévia com o outro litigante contra o princípio da razoabilidade. (Fonte: Câmara de Mediação e Arbitragem de Brusque).

Pessimismo

Saiu uma pesquisa Datafolha sobre o que os brasileiros estão achando da situação econômica do momento e futura e 45% responderam que vai piorar. Eram 33% na pesquisa de junho; 28% avaliam que irá melhorar. Eram 32% em junho. O percentual dos que acham que vai ficar como está caiu de 31% para 22%. No recorte para catarinenses, gaúchos e paranaenses, o pessimismo está alto: 64% avaliam que houve piora na situação recente no país, contra 54% na média nacional.

Viagem da maçã

A notícia do governo estadual de que depois de muita negociação foi viabilizado o serviço de despacho aduaneiro autorizado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária para que, a partir da safra 2024/2025 de maçãs frescas destinadas à exportação sejam inspecionadas e certificadas na origem, nos polos produtivos de São Joaquim r Fraiburgo, permitiu se saber de um capricho dos mais ordinários da nossa burocracia até agora, para obter o processo de certificação  era necessário enviar as cargas para o Rio Grande do Sul, gerando custos logísticos e riscos da perda de qualidade da fruta, pela redução da sua vida útil. Isso sem contar com a boa vontade de alguns servidores federais.

Tarifaço e SC

O tarifaço de Trump atinge 905 municípios do Brasil, conforme levantamento do Estadão, que levou em conta os 30 produtos mais exportados para os EUA em 2024 e os segmentos que foram alvo da sobretaxa adicional de 40% decretadas dia 30 (uma taxa de 10% já havia sido anunciada sobre o Brasil, totalizando 50%, frente os mais afetados em SC, estão Jaraguá do Sul e Joinville. No primeiro, envolve máquinas, aparelhos e materiais elétricos e suas partes, aparelhos de gravação ou de reprodução de som, aparelhos de gravação ou de reprodução de imagens de som em televisão e suas partes e acessórios, totalizando US$ 245 milhões. No segundo, reatores nucleares, caldeiras, máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos, e suas partes, totalizando vendas de US$ 229 milhões.

Insanidade

SC corre o risco de perder 244 mil empregos e ter seu PIB reduzido em R$ 17 bilhões, caso dispositivos do Código Ambiental do Estado, instituído em 2009, sejam considerados inconstitucionais, conforme levantamento da Fiesc. No STF, a Procuradoria Geral da República, a pedido do Ibama, quer que sejam alterados artigos de forma que se imponham restrições (e a eliminação de que já está consolidada, e que revela a inacreditável estultice da ação) de atividades econômicas agrícolas, industriais e de serviços em toda a área territorial abrangida pelos chamados campos de altitude, mas não mais como é agora, acima de 1.500 metros, mas sim de 400. O documento da Fiesc vai integrar a ação na tentativa de garantir a validade da legislação estadual.

Canabidiol

A estranha regulamentação da lei estadual sobre acesso ao canabidiol medicinal via SUS, obriga aqueles que precisam a pagar muito caro. E são 5 mil pessoas no Estado. O produto importado custa cerca de R$ 2 mil enquanto o produzido aqui, pela Associação Santa Canabis, fica por R$ 430. Mas a entidade, que poderia triplicar a produção, sofre restrição de todo tipo. Estranho, muito estranho.

Casarão Gleich

Aconteceu sábado, dia 9, a entrega do Casarão Gleich, em pleno Centro de Brusque, devidamente restaurado. Uma obra prima, conduzida pelo arquiteto Rubens Aviz. A proprietária Sueli Gleich recebeu os convidados para entregar o casarão datado de 1940, devidamente restaurado. Muitas pessoas amigas declarando ter conhecido o casarão em épocas passadas. Dois ex-presidentes também conheceram: Juscgelino Kubitchek de Oliveira e Jânio Quadros. Era um espaço muito especial que recebia convidados para um chope, um churrasco, um bom sorvete na parte dos fundos, onde um jardim com muitas árvores fazia do local um ponto de encontro, principalmente nos finais de semana.

Praia engordada

Pela quarta vez em 30 anos, a Prefeitura do Balneário Piçarras, no litoral norte, vai novamente engordar a faixa de areia de dois dos sete quilômetros de extensão da sua bela praia central, ao custo de R$ 38,2 milhões. Foi aberta licitação no município é que, a olhos vistos, se percebe os efeitos das mudanças climáticas. O primeiro engordamento foi em 1998, refeito em 2008 e 2012. Depois, como dizem velhos sábios descendentes de açorianos, o mar veio buscar o que é seu. E virá quantas vezes for necessário.

Força da indústria familiar

A economia brasileira é formada por características únicas: 96% das empresas, por exemplo, são familiares, um cenário muito comum, também, no nosso Vale do Itajaí Mirim. Conforme dados do IBGE, as empresas familiares empregam aproximadamente 75% dos trabalhadores brasileiros e são as grandes responsáveis pelo PIB nacional. A nova geração de empresários assume a responsabilidade de manter e expandir esse legado, enfrentando desafios e aproveitando oportunidades em um cenário econômico dinâmico. As micro e pequenas empresas lideram a abertura de novos negócios em SC. Em 2023, das 123,4 mil empresas abertas no estado, 96% eram micros e pequenas, evidenciando a vitalidade do setor. Contudo, apenas 24% destas empresas se preparam para a sucessão. No Vale do Itajaí Mirim, sede de empresas familiares que se destacam nos setores têxtil, metalmecânico e móveis, essas indústrias são fundamentais para a economia local, gerando empregos e contribuindo para o desenvolvimento regional.

Nova escola Sesi

A Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) inaugurou a Escola Sesi de Referência em Brusque. Localizada na Avenida Primeiro de Maio, a unidade recebeu investimento de R$ 39,6 milhões e terá capacidade para atender até mil alunos, a maioria filhos de trabalhadores da indústria. A inauguração ocorreu na semana em que Brusque completa 165 anos. Essa é a quinta escola do tipo inaugurada pela Fiesc em dois anos. As unidades anteriores foram entregues em Itajaí, Joinville, Videira e Lages.

Reforma tributária

Um dos advogados tributaristas mais consultados para falar sobre a reforma tributária no país, Paulo Duarte Filho, estará em Brusque no próximo dia 27. Com tema: reforma tributária, Impactos Práticos e Perspectivas. Duarte é convidado da Sarturi Advogados, que completa três anos de atuação na cidade. Reconhecido por publicações internacionais como Chambers Global e Legal 500, o advogado é doutor em Direito Econômico pela Universidade de Ciências Econômicas de Viena e mestre em Direito Tributário Internacional pela Universidade de Munique. O evento acontecerá no Auditório da Acibr e as inscrições, limitadas, podem acontecer no site Sympla ou no telefone 3304-3484.

Novos mercados

O impacto do aumento das tarifas de importação nos EUA ainda começa a se desenhar e causa incerteza para trabalhadores e empresários que atuam com os mais de 3 mil itens  que serão sobretaxados. Enquanto estratégias imediatas como gestão de estoques, embarques em tempo acelerado ou diminuição de produção desenham as primeiras reações, um caminho em vista é pensar novos destinos para a produção. A busca por mercados exportadores, porém, não tem resultados imediatos e exige preparações específicas.

Crise com os Estados Unidos

A estreia do tarifaço dos EUA para a maioria dos produtos catarinenses e brasileiros exportados aos Estados Unidos, sem a expectativa de um acordo geral favorável devido as tímidas negociações, acelera a crise econômica. Na prática, para boa parte das empresas exportadoras de SC, a crise chegou antes com a suspensão de compras por iniciativa dos importadores dos EUA logo que a tarifa nova foi anunciada. Um dos mais atingidos do país é o polo fabricante de móveis de madeira integrado pelos municípios de São Bento do Sul, Campo Alegre e Rio Negrinho, no Planalto Norte de SC. Outro setor que está com produção parcialmente parada desde o anúncio é o pesqueiro, da região de Itajaí. Cada um desses setores tem mais de 10 empresas impactadas.

Carros elétricos

Santa Catarina conta com mais de 1.200 hotéis e pousadas, mas só 85 têm estrutura de carregadores para veículos elétricos ou híbridos. O setor já concluiu que está perdendo hóspedes e investe em projetos para ampliar esse número. Essa carência foi apurada pela Vektor, empresa de Joinville do setor de energia. Ela fez parceria com a Automa durante a Expogestão pata disponibilizar programa pa-pafa instalação de carregadores  à rede hoteleira. A Vektor estima que, até 2027 será possível triplicar o número de hotéis com esse serviço. O tema foi abordado pelas empresas na feira Equipotel.

Para não levar calote

Na hora de fechar negócios, muitos brasileiros ficam em dúvida se a outra parte realmente vai cumprir o prometido ou correm riscos de levar um calote. Mas acaba de chegar ao mercado uma solução para isso. O Conselho Nacional de Justiça regulamentou a Conta Notarial feita por meio de cartórios de forma digital, que permite o depósito do valor em custódia com liberação somente depois que um tabelião verificar o cumprimento do contrato de compra e venda por ambas as partes. A operação funciona de forma simples. O valor fica temporariamente custodiado em instituição financeira com  o Colégio Notarial do Brasil – entidade que reúne os Cartórios de Notas do país – e o tabelião só autoriza a liberação após verificar que a cláusula prevista foi cumprida.

Desenvolvimento catarinense

Entre 2018 e 2025, durante a gestão liderada pelo presidente Mário Cezar de Aguiar, foram investidos mais de R$ 1,5 bilhão na educação, inovação, saúde e segurança do trabalhador. Os recursos foram distribuídos em todas as regiões de SC. Novas escolas de referência, adoção de metodologias de ensino inovadoras e qualificação das equipes estão entre os destaques do projeto de modernização da educação do sistema Fiesc. Somados aos investimentos em laboratórios didáticos e de pesquisas e desenvolvimento e em novas estruturas para qualificação profissional, além de saúde e segurança do trabalhador. Nas áreas de saúde e segurança do trabalhador foram criadas ferramentas digitais para acompanhamento e prevenção e novas estruturas, como clínicas de saúde e academias.

Cereais de inverno

Referência na produção de proteína animal, Santa Catarina enfrenta há anos o déficit de milho, um dos principais itens da ração de suínos, aves e gado leiteiro. O cultivo de cereal no Estado não é suficiente para atender a demanda e boa parte dos grãos usados na alimentação dos rebanhos precisa vir de fora. Isso gera uma pressão constante nos frigoríficos e já houve ameaças de transferência da produção para outras regiões. A construção da ferrovia para agilizar a logística do insumo, também debatida há muito tempo, ajuda, mas por si só não resolve o problema. Defende-se uma outra alternativa: o cultivo de cereais de inverno, como o trigo, que podem complementar a alimentação dos animais. SC ociosos em torno de 600 mil hectares que são plantados no verão, mas não são plantadas no inverno. Está se buscando utilizar essas terras para garantir valor para o produtor e toda e toda a sociedade e resolver o problema da cadeia de aves, suínos e gado de leite. A propriedade continuaria trabalhando.

Investimentos

Um levantamento da OCESC aponta que as cooperativas de Santa Catarina projetam investimentos de R$ 6 bilhões para 2025. Mas o setor tem encontrado dificuldade para encontrar crédito acessível, que viabiliza a expansão. Uma das principais alternativas, o Crédito Rural do governo federal, o dinheiro está mais escasso. As cooperativas estão buscando alternativas no mercado de capitais para poder viabilizar as suas indústrias e investimentos. É um contrassenso um país com ima vocação agrícola muito grande não ter uma política definida de crescimento.